domingo, 13 de dezembro de 2009

Saudades...

E aqui estou!

Depois de tanto tempo...E não é que é verdade que ele não pára?! É mesmo implacavel e passa, passa e rápido. Tão rápido que nem nos damos conta das nossas conquistas, das nossas perdas também. Acredito que este post será um tantinho melancolico. Mas nada que te faça chorar, ou talvez sim.

Hoje passei um dia como a muito não passava. Passei um dia comigo. Um dia inteiro. Só eu e eu, mais ninguém. Fazia um bom tempo que não acordava as 11h da manha e pensava “ o que eu vou fazer hoje?”. Fazia muito tempo que não me jogava no sofá e ficava ali, preguiçosa, olhando pro teto e ouvindo um som. Fazia um bom tempo que não tinha tempo para me encontrar comigo mesma. E vou te falar que esse encontro me rendeu boas risadas, também me fez parar e agradecer pela minha vida, pela minha familia, pelo momento que estou passando. E principalmente, me fez sentir saudade.

Batemos um papo, eu e eu. Sim e que mal há nisso? Falamos sobre tudo e todos. Repensamos alguns conceitos e no meio desse falatório todo lembramos da Marcela. Na verdade não lembramos não, porque dela não nos esquecemos nem um dia se quer. Acho que nunca escrevi nada sobre ela. Mas tenho certeza que era porque o momento não havia chegado. Mas hoje, chegou.

Tentarei resumir a história sem que seja perdida a magia que nos envolveu durante uns dos meses mais felizes da minha vida.

Marcela foi, ou melhor é um pedaço importante de mim.

A encontrei num dia de calor. O sol tava alto e eu estava voltando do estágio. Atravessando, vi um embolado de pelos bem pretinhos no canto da calçada. Quando prestei maior atenção me perdi dentro daqueles olhos arregalados, e lindos. Uma vira latinha de no máximo um mês de vida havia sido abandonada na rua, correndo o risco de ser atropelada, correndo o risco de encontrar pessoas más pelo caminho. Mas por sorte dela, e principalmente, pra minha sorte fui eu quem a encontrou. Acredito em amor a primeira vista, ah como eu acredito! Simplesmente me encantei. E completamente apaixonada, não pensei duas vezes, a joguei dentro da bolsa, e viemos para casa, eu e Marcela.

E Marcela tinha um gênio forte, tanto que tiveram dias de malcriação extrema quando por exemplo impacava em cima do sofá. Ou rasgava um tênis do meu pai na varanda ou entrava a 100km/h casa a dentro so pelo puro prazer de não conseguir freiar e sair derrapando cozinha a fora. Tiveram dias que eu duvidei muito se aquela pequena cachorrinha não tinha meu DNA. Travessa, ousada, teimosa, chorona, engraçada...Era uma Fernanda versão canina.

Marcela mesmo sendo tão levada, e me estressando diáriamente, era a coisinha mais meiga que já vi. E quanto mais eu brigava, mais pareciam que seus olhinhos estavam morrendo de rir da minha cara de brava. Ela era incrivel! Nunca ninguém fez tanta festa ao me ver chegar. E nunca ninguém também me entendeu tanto quanto ela, mesmo sem poder falar. Conseguia me dar conselhos maravilhosos, so com o olhar.

Bem, Marcela cresceu. E com isso meus pais acharam melhor, mesmo sem eu saber, que o melhor lugar pra ela já não era mais ao meu lado. E a levaram embora.

Me irritava muito, mas ao mesmo tempo me divertia demais acordar todo dia com aquele latidinho fino que mais parecia o miado do mais manhoso dos gatos. Mas naquele domingo não foi assim. Acordei sem latidos, sem miados, sem chorinhos. E sem Marcela. Minha pretinha tão linda havia ido embora e mais cruel de que nunca mais ve-la, foi nem ao menos ter podido me despedir.

Daquele dia em diante nunca mais a vi. Mas as marcas que ela deixou, não só nos meus oculos que praticamente foram devorados por dentinhos afiados, não só no meu celular, que mais um pouco seria totalmente devorado, mas na minha vida, no meu coração e na minha história jamais serão apagadas. Irão ficar com certeza para a eternidade.

Marcela, eu te amo!

Nenhum comentário:

Postar um comentário